segunda-feira, 5 de setembro de 2011

LÓGICA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA


O conhecimento científico se enriquece a partir do momento em que as teorias são contestadas, talvez no espírito de Karl Popper, com o objetivo de ampliar o conhecimento, uma vez que assimilamos de que não existe uma ciência imutável. As teorias necessitam ser contrariada, ou falseada. Em um primeiro momento, a ciência foi vista como aquela que comportaria todas as verdades, com base na criação de teorias e leis por meio de experiências, mas com a ideia de que a teoria precede a experiência, os falsificacionistas admitem que toda explicação científica seja hipotética.
O valor de um conhecimento cientifico não vem da observação de experiências, mas da possibilidade de a teoria ser contrariada, ou melhor, falseada. Em primeiro momento acreditava-se que a ciência comportaria todas as verdades, com base na criação de teorias e leis que surgiram pela observação de experiências - esta é a crença de indutivistas. Há entendimento de que o conhecimento científico não pode ser definido apenas pela experiência, mas a observação de fenômenos pode proporcionar o início de uma investigação filosófica que poderá vir a se tornar científico. Como já dizia o filósofo Karl Marx, a teoria sem a prática é ingênua. Para os falsificacionistas a ciência evolui ao tentar superar as teorias. O erro está no fato de que as pessoas de modo geral não fazem uma reflexão crítica sobre a ciência e pensam talvez que ela seja feita pela indução (grande número de experiências). Cria-se, portanto uma teoria explicativa ou uma lei. A indução pode levar à observação como fonte objetiva e pode proporcionar a relação entre teoria e experiência. Da observação pode ser tirado o conhecimento, embora deva ser considerado que depende do ponto de vista de cada observador. 
Karl Popper criticou aquilo a que chamou o mito do "observatismo", vigente no modelo de investigação positivista, segundo o qual a observação pode ser fonte segura do conhecimento. Segundo ele, por detrás da ideia de indução, encontra-se a convicção errada de que o investigador pode observar e experimentar a realidade sem pressupostos e sem preconceitos. Não se pode admitir que o espírito do investigador se comporte como uma tábua rasa, já que tal seria ignorar o fato de que sempre se observa e se experimentam em função de problemas, teorias e modelos que condicionam a investigação. Quer na vida cotidiana quer na ciência, a observação não é o primeiro passo; há sempre algo que orienta o conhecimento – antecipações e expectativas na vida cotidiana; teorias no plano da ciência. É falso que o cientista parte de observações, tentando generalizá-las. Com a ideia de que surgiram pela observação de experiência, o falsificacionismo admite que toda explicação cientifica é hipotética; no entanto, é o melhor que tem. 
Hipóteses são possibilidades de pensar o fenômeno por meio de sua negação. Se o objeto a ser investigado possibilitar que seja contrariado em outras hipóteses, então o cientista terá chão para provar o valor da teoria. É justamente desta forma que o universo caminha, ordem e desordem; caos e vida; território e desterritorializar; equilíbrio e desiquilíbrio; afinar e desafinar, etc.
Se não existe o processo de indução existe pelo menos a investigação científica que permite que o conhecimento passe pelo falsificacionismo. Para Popper a ciência é incapaz de ser fundamentada na indução. As ideias são apenas provisórias, até que sejam falseadas. Ao ser falseadas, outras teorias deverão assumir seu lugar. A ciência não é uma verdade absoluta.
Portanto, para os falsificacionistas, a Ciência é a tentativa de superação das teorias. Aristóteles foi o primeiro grande físico que explicava por que os objetos caiam e como funcionava a impossibilidade do vácuo. A física de Aristóteles foi falsificada várias vezes. Cientistas como Newton e Albert Einstein foram incapazes de dar certas explicações sobre a lei da gravidade, explicação de certos fenômenos, como por exemplo, a órbita dos planetas. No momento em que uma teoria é falseada, o cientista tentará melhorá-la ou a abandoná-la. Enquanto a teoria não é falseada permanece o seu valor explicativo. O importante é que tenhamos clareza sobre o seu limite. As teorias devem ser claras e objetivas sobre o conhecimento de todas as coisas a fim de que passe pela falsificabilidade.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Filosofia da Mente II


Tomando a definição de Morim: “A terra é um pequeno planeta desse Universo inteiro”, teríamos um grande avanço nas escolas e universidades ao pararem de acreditar que existe uma disciplina que é mais importante que a outra. A Filosofia da Mente tem uma importância neste aspecto ao explicar todas as formas mecanicistas sobre os processos criativos da construção de uma teoria da identidade, permitindo ser interdisciplinar nos estudos dos processos mentais.
Em introdução aos estudos sobre a mente , podemos observar que a Filosofia da Mente nos fornece dados sobre as ciências naturais permitindo uma metodologia que coloca a ciência cognitiva e a Filosofia da mente intrinsecamente relacionadas. Essa unificação metodológica seria mecanicista utilizando para tal a criatividade e nesse aspecto ambas podem contribuir para os estudos dos processos cognitivos no que se refere ao ensino e a aprendizagem.
 O que podemos observar é que o aluno e talvez até o professor mal consigam fazer uma conexão entre o que aprende em cada uma das diferentes disciplinas devido ao nosso processo educativo ser compartimentalizado. Essa dificuldade sempre irá existir enquanto o professor não se colocar como mediador entre a sua disciplina com as demais disciplinas que surgem no decorrer de suas aulas. Nesse sentido o professor de filosofia precisa apontar aos seus alunos quando está entrando em outras áreas do conhecimento.
Os problemas filosóficos se opõem àqueles que procuravam encontrar fundamentos para soluções, enquanto que outros buscavam sua distinção diante de variadas abordagens e campos de conhecimentos possíveis. Frente a esta questão podemos observar sua fundamentação, numa ciência cognitiva que demanda de explicações razoáveis pelas questões profundas da filosofia, a defesa de uma máquina específica para serem executadas, à consideração de animais e máquinas como sistemas intencionais, a linguagem do pensamento como meio de representações mentais que são organizadas em um sistema cognitivo e por fim a defesa de que a classe dos acontecimentos mentais não poderem ser explicadas pelas ciências física, pois algumas explicações apela para considerações do comportamento intencional.
Quando então nos colocamos frente a esta questão da interdisciplinaridade, podemos concluir que cabe a Filosofia relacionar o sistema mecanicista enquanto naturalismo metodológico, permitindo que a ciência cognitiva e a Filosofia da Mente estejam entrelaçadas e que o professor possa contribuir a partir do momento em que se colocar como mediador entre a Filosofia e as ciências de modo geral.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Filosofia da Mente I

Quando entendemos a intencionalidade como a capacidade de representações, podemos perceber que as representações físicas e públicas pertencem a uma intencionalidade que é derivada da intencionalidade originária ou intrínseca da mente que a concebe ou constrói, pressupondo capacidades representacionais de agentes cognitivos e seus estados, atos e eventos mentais que são intrinsecamente intencionais como maneira de evitar uma regressão infinita, ou seja, a capacidade de representar de certas representações não pode depender sempre da capacidade de representar de outras representações.
Putnam critica fortemente a ideia de que existe uma intencionalidade intrínseca assemelhando essa maneira de ver a uma versão da concepção mágica da linguagem. Defende que as palavras que usamos são compostas de sons e marcas gráficas que tem propriedades intrínsecas. As palavras podem ser carregadas de propriedades por diversas visões, porém pode não determinar as condições normativas de aplicação das mesmas.
Numa relação entre um nome e o que designa é convencional, não dependendo em nada das propriedades intrínsecas de uma inscrição concreta sonora ou gráfica do nome em questão. Como Donald Davidson observa, as palavras existem em uma forma “abstrata”, porém quando associada a um determinado objeto, a representação, isto é, a palavra que se encontra no abstracismo torna-se concreta por estar relacionada e convencionada a um determinado objeto. As teses externistas de Putnam e Davidson valem para as representações mentais privadas e subjetivas.

domingo, 19 de junho de 2011

Ética e Éstética: Uma visão do século XIX

Nos recortes dos textos, "O Imperialismo e o pensamento racial do século XIX" de Hannah Arent e "A Identidade em questão" de Stuart Hall, podemos perceber que a ideologia está conceituada como um estudo de conceitos no campo das ideias impostas como dogmas, ou seja, conceitos desenvolvidos e impostos como verdades absolutas. No século XIX sobressaíram duas ideologias dominantes sobre as outras: a luta de classes (marxismo) onde a sociedade se baseia na luta entre exploradores e explorados, e a luta natural das raças (darwinismo) onde o mais apto ao meio elimina e domina as raças inferiores. As identidades destacadas estão ligadas ao grupo social e aos interesses que trazem a si alguns privilégios e atendem os interesses políticos.
O ponto central abordado nos fragmentos é a identidade no sentido de estar atrelado à questão política, imperialista, social, racial, discriminatório e de interesses econômicos ao longo da história, ou seja, os países imperialistas impõem conceitos, valores e ideologias que visam atender aos seus interesses políticos e econômicos. Esses temas podem ser abordados e colocados em discussão através de filmes, imagens, propagandas, documentários, textos e debates; cabendo ao professor contextualizar e inserir o aluno ao tema dentro do contexto histórico-social.
Os temas e proposições expostos encontram espaços nos planejamentos e discussões nas disciplinas na área de ciências humanas no sentido da construção do pensamento reflexivo a partir da abordagem de vários pontos de vista de um determinado tema ou ideologia (racismo, bullying, política, guerra, economia) no intuito de estimular o aluno a criar a sua personalidade e seu próprio ponto de vista.
As disciplinas relativas a Áreas de Ciências Humanas; história, geografia e filosofia, podem oferecer diferenciais para uma abordagem dos temas elencados, tais como: em história podemos ver a questão da ideologia e identidade, o mesmo ocorrendo em filosofia e geografia. Porém em história pode ser trabalhado de uma forma a resgatar o aspecto sócio histórico e cultural de maneira contextualizada, na Filosofia pode ser trabalhado dentro da ótica da ética e da estética, e por fim em geografia o tema da ideologia pode se utilizar de conceitos pré-estabelecidos para exercer a hegemonia e impor seus interesses sobre países mais pobres, usando a ideologia para impor a sua geopolítica, enquanto que a identidade pode trabalhar o conceito de lugar, pertencimento a um grupo social, a região e regionalização e grupo político.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Debate Ético da Velha Grécia

Sócrates propõe uma divisão tripartite da alma. Teria uma parte apetitiva que seria responsável pelos prazeres, pelas inclinações do agente para satisfazer as necessidades que aparentam ser prazerosas. Porém a boa vida do homem não parece estar sujeito ao acaso, isto é, não é sendo guiado pela parte apetitiva que o agente conseguirá viver bem, pois ela pode se deixar guiar, muitas vezes, por aquilo que aparenta ser um bom sem, de fato, ser bom.
Mas em virtude da possibilidade do engano a cerca do que é bom, como poderá ser guia para a ação de um agente moral? O que é o Bem para que o mesmo possa guiar as ações do indivíduo, conduzindo para boas ações, possibilitando viver bem? Em face dessa problemática, Sócrates recorrerá ao que convencionou chamar de Teoria das Idéias para apresentar um modelo ético novo.
Em primeiro lugar ele propõe a separação do mundo em sensível e inteligível, onde o sensível não oferece o conhecimento acerca do mundo, mas apenas opiniões, enquanto que o mundo inteligível apresenta uma realidade apreensível pela razão, portanto una e imutável.
Para Sócrates o novo modelo ético se baseia na afirmação de que a razão bem cultivada é suficiente para a determinação das ações moralmente boas, pois não dependeria dos desígnios dos deuses, não estaria sujeitas ao acaso e nem tampouco dependeria dos impulsos da parte apetitiva da alma. A parte apetitiva da alma será responsável por dar certo rumo às ações, fazendo necessário ascender às idéias, ao intelecto controlar os impulsos do agente de modo que ele possa agir nem bem para poder alcançar a boa vida.
Portanto para Sócrates a vida guiada pelas paixões e não orientada por certa razão que possibilita conhecer o que é virtude, o Bem, pode apenas acidentalmente conduzir o agente a boa vida, diferentemente da razão que permite controlar os impulsos a agir de forma coerente em busca da felicidade.

domingo, 17 de abril de 2011

Método Científico e Pensamento Crítico

O método científico é o "processo de conhecimento caracterizado pela utilização constante e irrestrito das capacidades de crítica da razão, que procura estabelecer a explicação de um fenômeno em conformidade com o previamente conhecido, resultando em uma explicação plenamente compatível com os dados de observação" . Passos (como Francis Bacon)
1. Nota: Observe atentamente a maneira que é aplicada a um objeto ou um fenômeno para estudar como apresentado na realidade.
2. Indução: A ação eo efeito de extrair, a partir de observações ou experiências de determinados indivíduos, em particular o princípio de cada um.
3. Hipótese: abordagem, observando as regras estabelecidas, seguindo o método científico.
4. Para testar a hipótese de experimentação.
5. Demonstração ou refutação (antítese) da hipótese.
6. Tese ou teoria científica (Opinião).
Pensamento Crítico (Nota: o argumento = razão conclusão +). Induzir um tipo de raciocínio no qual conclusões são alcançadas apenas provável. indução matemática é um caso especial, onde se vai do particular para o geral e, no entanto, obter uma conclusão necessária. Normalmente, o raciocínio indutivo se opõe ao raciocínio dedutivo, que vai do geral para o específico e os seus resultados são necessários. Em outras palavras, um argumento dedutivo existe quando B pode ser lógica e necessariamente deduzir A. No entanto, a maioria dos argumentos que se pode encontrar na vida cotidiana são indutivas. Um pensador crítico iria entender que não importa o quão forte é a evidência para apoiar um argumento indutivo, porque nunca testou sua conclusão por uma necessária e com absoluta certeza (excepto o de indução matemática). Ou seja, o argumento indutivo só prova um certo grau de probabilidade. 

Filosofia: a Liberdade

Santuário da Flagelação, na Terra Santa

quinta-feira, 31 de março de 2011

Descartes e o "desprendimento intelectual"

Segundo Descartes o bom senso, sendo próprio do ser humano, não procurando possuir mais do que tem, caracteriza o desprendimento intelectual, ou seja, o indivíduo para poder estar aberto para o “novo” será necessário desmascarar todas as formas de pré-conceito estabelecida no senso comum.

Para ele o homem ao discernir o bom senso ou razão entre o falso e o verdadeiro, mesmo havendo diversidade de opiniões, não significa de serem diferentes racionalmente passando por caminhos diversos, não considerando as mesmas coisas, o mais importante é sabermos aplicá-lo de uma forma convincente.

Em sua estrutura de pensamento, condizente com sua experiência de vida, procura valorizar a liberdade humana não ditando regras, mas levando o homem a instruir-se e se apropriar de sua própria ignorância para poder se abrir a luz de novos conhecimentos.

Não somos ilhas, parecendo viver em uma redoma de vidro. Há necessidade de interagirmos com o outro, respeitando sua forma de agir, pensar, em todos os aspectos da vida humana que nos possibilita a construção do nosso próprio modo de ser.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Noção de justiça a partir de um Pacto Social.

Partindo do pressuposto de que os indivíduos concordam em renunciar o poder para fazer tudo o que quer desde que nenhum obstáculo impeça a ação e a posse natural de bens e armas e em transferir a um terceiro o poder para criar e aplicar as leis, vejo que o contrato institui a autoridade política e consequentemente o estado civil, ou seja, surge a figura do Estado que é constituído por um contrato entre o governo e seu povo, embora haja divergências entre Hobbes e Rousseau, ao conceito de quem é o responsável em assumir tal poder, se é ao soberano com poder natural ou a soberania popular.

O contrato, ou Pacto social, é uma forma política de organizar a sociedade e se é política sua finalidade é a justiça, ou seja, a concórdia entre os cidadãos. Fazer com que seja respeitado o modo pela qual a comunidade definiu sua participação no poder. Para que isso possa acontecer é necessário reportarmos ao conceito do homem político como aquele possuidor de virtude, um ser equilibrado, pois só assim é que o homem dono de sua própria produção enquanto instrumento de liberdade será possuidor das obediências às leis instituídas, respeitando o outro, não o escravizando, vendo no outro os mesmos direitos a que lhe pertence e que o poder lhe é dado para liderar a sociedade e carregado de direitos e deveres e que só terá seus direitos garantidos a partir do momento em que saber cumprir com os seus deveres.

Como cita na pergunta, não vejo que o contrato servirá a um mercado de bobo uma vez que quem irá determinar sua forma de governo é o próprio povo baseado no conceito de justiça, aquele que irá ter a responsabilidade de trazer a concórdia aos membros da sociedade, respeitando os direitos e deveres de cada um. Portanto todos tem a capacidade de usufruir de seus direitos, mas tendo a consciência de que seus deveres devem também ser cumpridos, garantindo assim um equilíbrio e consequentemente a concretização da justiça.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Campanha da Fraternidade 2011

Confira o Hino da Campanha.

São Clemente Maria Hofbauer

São Clemente Maria Hofbauer, que tem seu dia comemorado em 15 de março, nasceu em 26 de dezembro de 1751 em Tasswitz, Morávia como John Dvorák.
Era a nono filho de um açougueiro que mudou o nome de família do moraviano Dvorak para o germânico Hofbauer. Seu pai morreu quando Clemente tinha seis anos. Um pouco mais tarde ele sentiu o chamado para a vida religiosa mas sua família era muito pobre para pagar a sua educação. Ele então se tornou um aprendiz de padeiro e mais tarde como padeiro foi trabalhar com os eremitas no monastério de Bruck.
Quando os eremitas foram abolidos pelo Imperador José II, Clemente trabalhou como padeiro em Viena, Áustria. Mais tarde foi um eremita na Itália com Peter Kunzmann e tomou o nome de Clemente.
Ele fez varias peregrinações a Roma. Durante sua terceira, ele entrou o para o a Ordem dos Redentoristas em San Guliano e adicionou o nome de Maria passando a se chamar Clemente Maria Hofbauer. Ele se encontrou com algumas pessoas durante uma missa que decidiram pagar pela sua educação.
São Clemente estudou na Universidade de Viena e em Roma. Ordenado em 1785 ele foi designado para Viena.
Missionário em Varsóvia com vários companheiros de 1786 a 1808, trabalhando com os pobres e construindo escolas, ele e os irmãos pregavam às vezes até cinco sermões por dia. Dali ele enviou missionários Redentoristas para a Alemanha e Suíça. Seus companheiros foram aprisionados em 1808 quando Napoleão suprimiu as ordens religiosas e os expulsou da Áustria.
Um notável pregador e diretor espiritual em Viena Clemente era diretor espiritual do Convento das Irmãs Ursulinas. Ele fundou um colégio católico em Viena, trabalhou com os pobres e ajudou a revitalizar a vida religiosa na Alemanha. Trabalhou contra o estabelecimento de Igreja Nacional Germânica e contra o Josephinismo que queria o controle secular do Clero e da Igreja.
Sua vida é marcada por gestos de caridade para com os pobres. Dentre as muitas história, conta-se que ele foi mendigar num bar. Quando Clemente pediu uma doação, um dos donos lhe cuspiu cerveja no rosto. Clemente limpou o rosto e respondeu: "Isto foi para mim. Agora, o que o senhor tem para os meus meninos?" Os homens que estavam no bar ficaram tão pasmados com aquela resposta heróica, que deram a Clemente mais de 100 moedas de prata.
Clemente foi o grande responsável pela expansão da Congregação, saindo dos arredores da Itália e partindo até a Polônia. De lá, muitas comunidades foram abertas e expandiram-se por vários países da Europa.
São Clemente faleceu em 15 de março de 1820 na Áustria, Viena. É considerado o segundo fundador da Congregação do Santíssimo Redentor. Foi beatificado pelo Papa Leão XIII em 29 de janeiro de 1888 e canonizado em 1909 pelo Papa Pio X. Foi indicado padroeiro de Viena pelo Papa Pio X em 1914.

domingo, 13 de março de 2011

Wittgenstein

Quando dizemos que a segunda filosofia de Wittgenstein superou toda a tradição filosófica, queremos afirmar que ele colocou o problema do significado em outra dimensão, acrescentando ao significado uma abordagem pragmática onde as palavras tem a função de substituir no discurso elementos do mundo ou elementos pensáveis, ou seja, a maneira de como os elementos possa ser substituído pelo signo. As investigações que fazemos da linguagem, entendida como estrutura básica, como forma lógica, desaparece dando lugar aos jogos de linguagem, de uma forma multifacetada.

O significado no jogo da linguagem não mais se dá pela forma da proposição, pelo sentido dos seus componentes, nem por sua relação com os fatos, mas pelo uso que fazemos das expressões linguísticas nos diferenças contextos ou situações em que as empregamos. Com isso o significado passa a não mais ser visto como um processo referencial, pois o usamos a linguagem para muitos fins e o significado entendido como signo não dá conta de tudo o que a linguagem possa oferecer.

Quando citamos que os jogos de linguagem se caracterizam por sua pluralidade, queremos dizer que torna a linguagem, uma forma dinâmica, onde novos jogos surgem e outros desaparecem tornando algo vibrante onde o uso da linguagem passa a ser uma prática social concreta. Os jogos de linguagem se dão a partir de regras de uso que determinam nos contextos dados o significado que a expressão linguística tem. Não é a subjetividade, a estrutura de nossa mente, que constitui o significado, mas as práticas, as formas de vida, que torna a linguagem algo que não seja privado.

Portanto, podemos afirmar que a segunda filosofia de Wittgenstein rompe com o modelo referencial, ou seja, com o modelo que estabelece que a linguagem se dê pelo fato que os signos substituem objetos do mundo ou outras entidades mentais. O significado se dá pelo uso, por sua dimensão pragmática, vetando uma linguagem privada, pois toda linguagem deve ter no mínimo dois sujeito, que compartilham uma regra. A linguagem passa a ser um grande jogo onde vários jogos particulares são jogados devido a seus múltiplos usos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A teoria semântica de Stuart Mil.

                    Stuart Mill em sua teoria do significado se manifesta firmemente na tentativa de provocar um rompimento do idealismo subjetivista que permeia o pensamento filosófico de sua época. Sua oposição ao conceitualismo parte do pressuposto da negação de que “nomes” tenham ideias como seus referentes imediatos, isto é, a linguagem não pode simplesmente ser usada para comunicar o conteúdo de nossas representações subjetivas, mas sim, deve ser utilizada para falar do mundo, enunciar aquilo que julgamos ser verdadeiro sobre o mundo, em outras palavras, emitir juízos sobre o mesmo.

                    Segundo Stuart Mill, a função prioritária da linguagem não é comunicar o que concebemos em nossas mentes na forma de imagens mentais e sim em nossas crenças em verdades. Com isso ele prioriza a noção de verdade numa teoria semântica.

                     Com essa estrutura de pensamento, contraria o modelo de Hobbes, onde coloca a linguagem com o objetivo de fundamentar o instrumento necessário para estabelecer o contrato social, colocando a fundamentação da linguagem enquanto instrumento necessário a enunciação de verdades.