domingo, 19 de junho de 2011

Ética e Éstética: Uma visão do século XIX

Nos recortes dos textos, "O Imperialismo e o pensamento racial do século XIX" de Hannah Arent e "A Identidade em questão" de Stuart Hall, podemos perceber que a ideologia está conceituada como um estudo de conceitos no campo das ideias impostas como dogmas, ou seja, conceitos desenvolvidos e impostos como verdades absolutas. No século XIX sobressaíram duas ideologias dominantes sobre as outras: a luta de classes (marxismo) onde a sociedade se baseia na luta entre exploradores e explorados, e a luta natural das raças (darwinismo) onde o mais apto ao meio elimina e domina as raças inferiores. As identidades destacadas estão ligadas ao grupo social e aos interesses que trazem a si alguns privilégios e atendem os interesses políticos.
O ponto central abordado nos fragmentos é a identidade no sentido de estar atrelado à questão política, imperialista, social, racial, discriminatório e de interesses econômicos ao longo da história, ou seja, os países imperialistas impõem conceitos, valores e ideologias que visam atender aos seus interesses políticos e econômicos. Esses temas podem ser abordados e colocados em discussão através de filmes, imagens, propagandas, documentários, textos e debates; cabendo ao professor contextualizar e inserir o aluno ao tema dentro do contexto histórico-social.
Os temas e proposições expostos encontram espaços nos planejamentos e discussões nas disciplinas na área de ciências humanas no sentido da construção do pensamento reflexivo a partir da abordagem de vários pontos de vista de um determinado tema ou ideologia (racismo, bullying, política, guerra, economia) no intuito de estimular o aluno a criar a sua personalidade e seu próprio ponto de vista.
As disciplinas relativas a Áreas de Ciências Humanas; história, geografia e filosofia, podem oferecer diferenciais para uma abordagem dos temas elencados, tais como: em história podemos ver a questão da ideologia e identidade, o mesmo ocorrendo em filosofia e geografia. Porém em história pode ser trabalhado de uma forma a resgatar o aspecto sócio histórico e cultural de maneira contextualizada, na Filosofia pode ser trabalhado dentro da ótica da ética e da estética, e por fim em geografia o tema da ideologia pode se utilizar de conceitos pré-estabelecidos para exercer a hegemonia e impor seus interesses sobre países mais pobres, usando a ideologia para impor a sua geopolítica, enquanto que a identidade pode trabalhar o conceito de lugar, pertencimento a um grupo social, a região e regionalização e grupo político.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Debate Ético da Velha Grécia

Sócrates propõe uma divisão tripartite da alma. Teria uma parte apetitiva que seria responsável pelos prazeres, pelas inclinações do agente para satisfazer as necessidades que aparentam ser prazerosas. Porém a boa vida do homem não parece estar sujeito ao acaso, isto é, não é sendo guiado pela parte apetitiva que o agente conseguirá viver bem, pois ela pode se deixar guiar, muitas vezes, por aquilo que aparenta ser um bom sem, de fato, ser bom.
Mas em virtude da possibilidade do engano a cerca do que é bom, como poderá ser guia para a ação de um agente moral? O que é o Bem para que o mesmo possa guiar as ações do indivíduo, conduzindo para boas ações, possibilitando viver bem? Em face dessa problemática, Sócrates recorrerá ao que convencionou chamar de Teoria das Idéias para apresentar um modelo ético novo.
Em primeiro lugar ele propõe a separação do mundo em sensível e inteligível, onde o sensível não oferece o conhecimento acerca do mundo, mas apenas opiniões, enquanto que o mundo inteligível apresenta uma realidade apreensível pela razão, portanto una e imutável.
Para Sócrates o novo modelo ético se baseia na afirmação de que a razão bem cultivada é suficiente para a determinação das ações moralmente boas, pois não dependeria dos desígnios dos deuses, não estaria sujeitas ao acaso e nem tampouco dependeria dos impulsos da parte apetitiva da alma. A parte apetitiva da alma será responsável por dar certo rumo às ações, fazendo necessário ascender às idéias, ao intelecto controlar os impulsos do agente de modo que ele possa agir nem bem para poder alcançar a boa vida.
Portanto para Sócrates a vida guiada pelas paixões e não orientada por certa razão que possibilita conhecer o que é virtude, o Bem, pode apenas acidentalmente conduzir o agente a boa vida, diferentemente da razão que permite controlar os impulsos a agir de forma coerente em busca da felicidade.

domingo, 17 de abril de 2011

Método Científico e Pensamento Crítico

O método científico é o "processo de conhecimento caracterizado pela utilização constante e irrestrito das capacidades de crítica da razão, que procura estabelecer a explicação de um fenômeno em conformidade com o previamente conhecido, resultando em uma explicação plenamente compatível com os dados de observação" . Passos (como Francis Bacon)
1. Nota: Observe atentamente a maneira que é aplicada a um objeto ou um fenômeno para estudar como apresentado na realidade.
2. Indução: A ação eo efeito de extrair, a partir de observações ou experiências de determinados indivíduos, em particular o princípio de cada um.
3. Hipótese: abordagem, observando as regras estabelecidas, seguindo o método científico.
4. Para testar a hipótese de experimentação.
5. Demonstração ou refutação (antítese) da hipótese.
6. Tese ou teoria científica (Opinião).
Pensamento Crítico (Nota: o argumento = razão conclusão +). Induzir um tipo de raciocínio no qual conclusões são alcançadas apenas provável. indução matemática é um caso especial, onde se vai do particular para o geral e, no entanto, obter uma conclusão necessária. Normalmente, o raciocínio indutivo se opõe ao raciocínio dedutivo, que vai do geral para o específico e os seus resultados são necessários. Em outras palavras, um argumento dedutivo existe quando B pode ser lógica e necessariamente deduzir A. No entanto, a maioria dos argumentos que se pode encontrar na vida cotidiana são indutivas. Um pensador crítico iria entender que não importa o quão forte é a evidência para apoiar um argumento indutivo, porque nunca testou sua conclusão por uma necessária e com absoluta certeza (excepto o de indução matemática). Ou seja, o argumento indutivo só prova um certo grau de probabilidade. 

Filosofia: a Liberdade

Santuário da Flagelação, na Terra Santa

quinta-feira, 31 de março de 2011

Descartes e o "desprendimento intelectual"

Segundo Descartes o bom senso, sendo próprio do ser humano, não procurando possuir mais do que tem, caracteriza o desprendimento intelectual, ou seja, o indivíduo para poder estar aberto para o “novo” será necessário desmascarar todas as formas de pré-conceito estabelecida no senso comum.

Para ele o homem ao discernir o bom senso ou razão entre o falso e o verdadeiro, mesmo havendo diversidade de opiniões, não significa de serem diferentes racionalmente passando por caminhos diversos, não considerando as mesmas coisas, o mais importante é sabermos aplicá-lo de uma forma convincente.

Em sua estrutura de pensamento, condizente com sua experiência de vida, procura valorizar a liberdade humana não ditando regras, mas levando o homem a instruir-se e se apropriar de sua própria ignorância para poder se abrir a luz de novos conhecimentos.

Não somos ilhas, parecendo viver em uma redoma de vidro. Há necessidade de interagirmos com o outro, respeitando sua forma de agir, pensar, em todos os aspectos da vida humana que nos possibilita a construção do nosso próprio modo de ser.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Noção de justiça a partir de um Pacto Social.

Partindo do pressuposto de que os indivíduos concordam em renunciar o poder para fazer tudo o que quer desde que nenhum obstáculo impeça a ação e a posse natural de bens e armas e em transferir a um terceiro o poder para criar e aplicar as leis, vejo que o contrato institui a autoridade política e consequentemente o estado civil, ou seja, surge a figura do Estado que é constituído por um contrato entre o governo e seu povo, embora haja divergências entre Hobbes e Rousseau, ao conceito de quem é o responsável em assumir tal poder, se é ao soberano com poder natural ou a soberania popular.

O contrato, ou Pacto social, é uma forma política de organizar a sociedade e se é política sua finalidade é a justiça, ou seja, a concórdia entre os cidadãos. Fazer com que seja respeitado o modo pela qual a comunidade definiu sua participação no poder. Para que isso possa acontecer é necessário reportarmos ao conceito do homem político como aquele possuidor de virtude, um ser equilibrado, pois só assim é que o homem dono de sua própria produção enquanto instrumento de liberdade será possuidor das obediências às leis instituídas, respeitando o outro, não o escravizando, vendo no outro os mesmos direitos a que lhe pertence e que o poder lhe é dado para liderar a sociedade e carregado de direitos e deveres e que só terá seus direitos garantidos a partir do momento em que saber cumprir com os seus deveres.

Como cita na pergunta, não vejo que o contrato servirá a um mercado de bobo uma vez que quem irá determinar sua forma de governo é o próprio povo baseado no conceito de justiça, aquele que irá ter a responsabilidade de trazer a concórdia aos membros da sociedade, respeitando os direitos e deveres de cada um. Portanto todos tem a capacidade de usufruir de seus direitos, mas tendo a consciência de que seus deveres devem também ser cumpridos, garantindo assim um equilíbrio e consequentemente a concretização da justiça.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Campanha da Fraternidade 2011

Confira o Hino da Campanha.

São Clemente Maria Hofbauer

São Clemente Maria Hofbauer, que tem seu dia comemorado em 15 de março, nasceu em 26 de dezembro de 1751 em Tasswitz, Morávia como John Dvorák.
Era a nono filho de um açougueiro que mudou o nome de família do moraviano Dvorak para o germânico Hofbauer. Seu pai morreu quando Clemente tinha seis anos. Um pouco mais tarde ele sentiu o chamado para a vida religiosa mas sua família era muito pobre para pagar a sua educação. Ele então se tornou um aprendiz de padeiro e mais tarde como padeiro foi trabalhar com os eremitas no monastério de Bruck.
Quando os eremitas foram abolidos pelo Imperador José II, Clemente trabalhou como padeiro em Viena, Áustria. Mais tarde foi um eremita na Itália com Peter Kunzmann e tomou o nome de Clemente.
Ele fez varias peregrinações a Roma. Durante sua terceira, ele entrou o para o a Ordem dos Redentoristas em San Guliano e adicionou o nome de Maria passando a se chamar Clemente Maria Hofbauer. Ele se encontrou com algumas pessoas durante uma missa que decidiram pagar pela sua educação.
São Clemente estudou na Universidade de Viena e em Roma. Ordenado em 1785 ele foi designado para Viena.
Missionário em Varsóvia com vários companheiros de 1786 a 1808, trabalhando com os pobres e construindo escolas, ele e os irmãos pregavam às vezes até cinco sermões por dia. Dali ele enviou missionários Redentoristas para a Alemanha e Suíça. Seus companheiros foram aprisionados em 1808 quando Napoleão suprimiu as ordens religiosas e os expulsou da Áustria.
Um notável pregador e diretor espiritual em Viena Clemente era diretor espiritual do Convento das Irmãs Ursulinas. Ele fundou um colégio católico em Viena, trabalhou com os pobres e ajudou a revitalizar a vida religiosa na Alemanha. Trabalhou contra o estabelecimento de Igreja Nacional Germânica e contra o Josephinismo que queria o controle secular do Clero e da Igreja.
Sua vida é marcada por gestos de caridade para com os pobres. Dentre as muitas história, conta-se que ele foi mendigar num bar. Quando Clemente pediu uma doação, um dos donos lhe cuspiu cerveja no rosto. Clemente limpou o rosto e respondeu: "Isto foi para mim. Agora, o que o senhor tem para os meus meninos?" Os homens que estavam no bar ficaram tão pasmados com aquela resposta heróica, que deram a Clemente mais de 100 moedas de prata.
Clemente foi o grande responsável pela expansão da Congregação, saindo dos arredores da Itália e partindo até a Polônia. De lá, muitas comunidades foram abertas e expandiram-se por vários países da Europa.
São Clemente faleceu em 15 de março de 1820 na Áustria, Viena. É considerado o segundo fundador da Congregação do Santíssimo Redentor. Foi beatificado pelo Papa Leão XIII em 29 de janeiro de 1888 e canonizado em 1909 pelo Papa Pio X. Foi indicado padroeiro de Viena pelo Papa Pio X em 1914.

domingo, 13 de março de 2011

Wittgenstein

Quando dizemos que a segunda filosofia de Wittgenstein superou toda a tradição filosófica, queremos afirmar que ele colocou o problema do significado em outra dimensão, acrescentando ao significado uma abordagem pragmática onde as palavras tem a função de substituir no discurso elementos do mundo ou elementos pensáveis, ou seja, a maneira de como os elementos possa ser substituído pelo signo. As investigações que fazemos da linguagem, entendida como estrutura básica, como forma lógica, desaparece dando lugar aos jogos de linguagem, de uma forma multifacetada.

O significado no jogo da linguagem não mais se dá pela forma da proposição, pelo sentido dos seus componentes, nem por sua relação com os fatos, mas pelo uso que fazemos das expressões linguísticas nos diferenças contextos ou situações em que as empregamos. Com isso o significado passa a não mais ser visto como um processo referencial, pois o usamos a linguagem para muitos fins e o significado entendido como signo não dá conta de tudo o que a linguagem possa oferecer.

Quando citamos que os jogos de linguagem se caracterizam por sua pluralidade, queremos dizer que torna a linguagem, uma forma dinâmica, onde novos jogos surgem e outros desaparecem tornando algo vibrante onde o uso da linguagem passa a ser uma prática social concreta. Os jogos de linguagem se dão a partir de regras de uso que determinam nos contextos dados o significado que a expressão linguística tem. Não é a subjetividade, a estrutura de nossa mente, que constitui o significado, mas as práticas, as formas de vida, que torna a linguagem algo que não seja privado.

Portanto, podemos afirmar que a segunda filosofia de Wittgenstein rompe com o modelo referencial, ou seja, com o modelo que estabelece que a linguagem se dê pelo fato que os signos substituem objetos do mundo ou outras entidades mentais. O significado se dá pelo uso, por sua dimensão pragmática, vetando uma linguagem privada, pois toda linguagem deve ter no mínimo dois sujeito, que compartilham uma regra. A linguagem passa a ser um grande jogo onde vários jogos particulares são jogados devido a seus múltiplos usos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A teoria semântica de Stuart Mil.

                    Stuart Mill em sua teoria do significado se manifesta firmemente na tentativa de provocar um rompimento do idealismo subjetivista que permeia o pensamento filosófico de sua época. Sua oposição ao conceitualismo parte do pressuposto da negação de que “nomes” tenham ideias como seus referentes imediatos, isto é, a linguagem não pode simplesmente ser usada para comunicar o conteúdo de nossas representações subjetivas, mas sim, deve ser utilizada para falar do mundo, enunciar aquilo que julgamos ser verdadeiro sobre o mundo, em outras palavras, emitir juízos sobre o mesmo.

                    Segundo Stuart Mill, a função prioritária da linguagem não é comunicar o que concebemos em nossas mentes na forma de imagens mentais e sim em nossas crenças em verdades. Com isso ele prioriza a noção de verdade numa teoria semântica.

                     Com essa estrutura de pensamento, contraria o modelo de Hobbes, onde coloca a linguagem com o objetivo de fundamentar o instrumento necessário para estabelecer o contrato social, colocando a fundamentação da linguagem enquanto instrumento necessário a enunciação de verdades.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A autenticidade da reflexão filosófica

Partindo do pressuposto que a teoria numa acepção clássica grega é um conhecimento especulativo, abstrato, puro que se afasta do mundo da experiência concreta, sensível, sem preocupação prática, acredito que a perspectiva teórico-filosófica daqueles que a possui, deve ser sublimada. Pois devemos partir do princípio de que o saber teórico deve ser um saber puro, desinteressado, sem a preocupação de uma aplicação prática ou imediata.
Acreditamos que há os dois fatores, no trabalho filosófico, e que eles não se excluem, em nosso trabalho de filósofos ou aprendizes de filósofos. Desta forma, temos que o fator ético do componente subjetivo é de suma importância para o desenvolvimento filosófico, e podemos dizer junto com o autor que, “da posse de um equipamento, que inclui elementos intelectuais, emocionais e éticos, que é parte de um discurso do método para bem conduzir o intelecto e procurar, se não a verdade na Filosofia, pelo menos evitar o erro nela”.
Na visão de William James, podemos observar um pragmatismo que contribui para a exclusão de certas visões filosóficas, tornando sua teoria demasiadamente pessoal e subjetiva. Se devermos considerar o caráter subjetivo, isso não quer dizer que temos de relevar as contribuições dos componentes objetivos, assim, nos lembra o autor, que não basta expor uma problematicidade, ela deve fazer sentido, e os problemas, devem estar explícitos, com sentido, caso contrário não se torna um problema. Assim teríamos uma imensa colaboração da objetividade em relação ao método, fazendo com que este seja uma atividade de estudar e trabalhar essas questões, em suma, fazer com que a problematicidade das questões tenham sentido e sejam fecundas.
Ora, não podemos deixar de lado a historicidade da filosofia, pois precisamos dela para contribuir na construção do conhecimento. A filosofia é vista como um processo de criação de conceitos para resolver as questões fundamentais. O texto apresenta duas concepções filosóficas acentuando suas polaridades, em demasiadamente subjetiva e, demasiadamente objetiva. São contraditórias, pois quem segue a subjetividade não pode concordar que a filosofia seja fruto de um intelecto comprometido, como expõe Russell. Para ele, os filósofos, desde a antiguidade, permitiram que suas opiniões sobre a constituição do universo, influenciassem a construção do conhecimento, de maneira geral. A partir disso, entendemo-nos como sujeitos da construção próprios do conhecimento, permitindo que crenças estabelecidas sejam aceitas ou reformuladas em nossa práxis individual do filosofar.
A questão a ser refletida, trata de refletirmos nossa posição, enquanto cursistas, acerca de como nos dispomos frente à atividade filosófica. Tomando as ideias propostas para consideração, entendemos que, como educadores, devemos abster-nos de expressar predileção por uma ou outra concepção filosófica e atender, assim, ao objetivo de apresentar teorias e dando direito aos educandos de formarem suas próprias concepções, levantarem suas próprias dúvidas e questionamentos com liberdade de pensamento, para concordar ou não, e se permitindo avanças na busca do conhecimento de maneira crítica. O fato de não nos atermos a uma tendência específica, também pode ser compreendido, porque uma, ou mais formas de pensar, ora são válidas ora inválidas na orientação das reflexões, mas são igualmente importantes, porque seus questionamentos peculiares contribuem para que o afastamento pessoal e para uma visão imparcial da problemática apresentada.
A outra reflexão é referente à concordância ou não, do grupo, com vínculos às teorias filosóficas. Sendo a resposta negativa, devemos responder se consideramos que a filosofia deva levar em conta apenas componentes objetivos. A esse questionamento, caberia pensar que, num primeiro momento, o filósofo seja estimulado por elementos subjetivos, por interesses que o movem, como qualquer ser humano, a desafios e realizações. Não fosse assim, o próprio desenvolvimento humano não teria acontecido e continuado à acontecer. Não deve ser fácil a neutralidade, mas creio que aquele que assume a postura de trazer à luz a verdade, tem como exercício constante o compromisso de abster-se de si em prol do bem maior, posto que é reconhecido como o amante do saber e, tendo se dado a esse conceito, espera-se que junto a ele, também esteja vinculado o rigor e a responsabilidade ética que tal empreitada requer.
As teorias existentes devem ser enaltecidas como resultados de um processo intenso da reflexão e, como o próprio conceito revela, de trabalho árduo de revisão de conhecimentos, de ideias, de crenças, concepções que adotamos como verdadeiros ou, ao menos, como respostas coerentes às indagações que julgamos solucionar. Portanto a própria história da filosofia expõe um discurso de concretude do filosofar, que permitiu surgir estruturas de pensamentos. Pensando por este prisma, fica evidente que as teorias existentes são os componentes objetivos da filosofia e permitem ser estudados, refletidos e reavaliados pelo sujeito do pensamento e da ação - o ser humano -, construindo outros objetos que futuramente passarão ou estarão expostos a novos estudos e reelaborações, criando novos conceitos e novas visões, fazendo com que o saber humano seja cada vez mais ampliado. Apesar de todos os motivos que se possam considerar influenciáveis em suas conclusões, estarão sempre à disposição do espírito que, como diz o autor, se predispor com a coragem intelectual para despir-se de suas “verdades” e se aventurar na construção do conhecimento fidedigno.

Filosofia Geral e seus problemas metafísicos

Partindo da premissa defendida por alguns autores de que a filosofia surge da particularidade do espanto, enquanto perplexidade possibilita a origem de um espaço onde a intelectualidade possa se expandir e que no seu exercício de desenvolvimento do intelecto, novas teorias são desenvolvidas, ampliando o conhecimento humano.
Concordo com o autor quando ele aponta que não devemos ficar estagnado no tempo e espaço por conta dos hábitos que criamos. Realmente do ponto de vista em que se encara a situação o hábito pode até ser positivo, pois criamos através dele regras para o convívio com as “tecnologias” que envolve o mundo contemporâneo, mas por outro lado, acaba sendo um entrave para o desenvolvimento das mesmas por ficarmos alienados ao que já existe e não nos abramos ao novo, possibilitando com isso um desenvolvimento até mesmo intelectual.
A filosofia vem de encontro a este tema, pois através dela não permitamos que o intelecto fique estagnado, pois todos nós sabemos que a prioridade de suas atividades é partir em buscas de resposta as questões elencadas por intermédio do processo da reflexão crítica. Processo este feito de uma forma racional e não mítica, onde podemos parecer criar dogmas irrefutáveis. Um processo de raciocínio que permite às respostas chegadas serem questionadas e refeitas por outros que se permitam ocupar seu tempo em reelaborá-las, não permitindo com isso que as atividades filosóficas passem a ser desinteressadas, pois as mesma já se encontram estagnadas ao seu espaço e tempo.

sábado, 30 de janeiro de 2010

A busca do ser

Todo homem foi criado para ser feliz, isto é, viver em plenitude sua existência “sendo mais e tendo mais”.
Não temos um modelo pré-fabricado de pessoa. Sabemos que a gente não nasce sendo já pessoas, mas deve construir-se positivamente realizando e atualizando todos os seus valores. Deve passar do “viver” simplesmente no nível natural para o “existir” como pessoa. Este existir (ex-sistere = sair fora de si) leva consigo o ao se massificar. É preciso sair do bando, da massa por meio da consciência critica, isto é, fazendo uma análise objetiva da realidade, para descobrir assim a verdade das coisas. 
Ser “pessoa” consiste em “ser-si-mesmo” na verdade de todas as suas capacidades, sem mentiras, sem máscara, sem falsificações, na genuinidade e na originalidade de ser único. Mas a maior dificuldade que o homem experimenta consiste em defrontar-se consigo mesmo. O homem tem medo de si mesmo e dos outros. Tem medo de si mesmo porque não se conhece, e o desconhecido amedronta as pessoas, pois aparece como um perigo para a própria existência.  E também tem medo dos outros. No século XVI Hobbes, filósofo inglês dizia que o homem era o lobo para com os outros homens. 
Também o homem é capaz de criar, dentro de si, outros lobos que o devoram se fizer uma análise subjetiva da própria realidade. Para defender-se desses lobos que ameaçam o homem por dentro e por fora, facilmente se cai no perigo de criar “fugas”, atitudes compensatórias (mentiras, entorpecentes, deturpação do comportamento sexual, etc.), mecanismos de defesa, isto é, tudo aquilo para que o homem não se assuma e não se construa. 
Para o homem assumir-se e crescer como pessoa na verdade, é imprescindível despojar-se de toda maneira, de toda máscara e tentar construir por todos os meios a verdade, dentro e fora de si. Este construir a verdade não é nada fácil. O vazio, a solidão e o pavor do silêncio (quanta necessidade nós temos de estar acompanhados pelo barulho de um som ou estar no meio de muita gente para fugir da própria frustração e ao sentir o seu eu). Penetram como um vírus no coração de muitos os destruindo e ao mesmo tempo construindo naturais da verdade. 
Tal sentimento de frustração impele o homem a buscar em sua realidade exterior tudo àquilo que é e está, de algum modo, dentro de si mesmo, perdendo a sua própria individualidade nesta procura, o seu “self”(seu eu mais profundo) estará assim constantemente ameaçado de desintegrar-se . O homem, que foi criado para ser feliz, percebe que esta felicidade é difícil de ser alcançada, sobretudo quando 80% das pessoas vivem com sérios conflitos internos, por causa de todas essas ansiedades e tensões produzidas por uma sociedade conflitiva.    
Que fazer? Como deixar desabrochar esse desejo de felicidade, inato do homem, sem abortá-lo e frustra-lo? Como tudo no homem está em potência, possibilidade permanente para alcançar a maturidade, é preciso estar consciente de que a sede de felicidade nunca é saciada neste mundo. É necessário saber canalizar esta ânsia de realização pessoal por caminhos e atitudes objetivas, autênticas e verdadeiras. 
Eis o ponto de partida nessa caminhada de crescimento. Como conhecer-se é assumir na verdade e na autenticidade. Uma pessoa é autêntica quando se constrói atualizando todos os seus valores, quando se percebe, quando ela realmente é, sem máscaras, sem mentiras, sem defesas e assim vive. A aceitação de si mesmo é a melhor terapia. A desintegração da pessoa humana começa quando o sujeito quer ser aquilo que não é e nem jamais poderá ser. Todos nós fomos chamados a crescer na verdade, na transparência e na maturidade. Sempre deverá existir um acordo entre o que a pessoa é e o que a pessoa pensa que é. 
Para chegar a verdadeira transparência e autenticidade poderíamos marcar os seguintes passos: 
  1. SENTIR – O que acontece no próprio organismo. Sentir é experimentar, como algo real o que está acontecendo na pessoa.
  2. PERCEBER – Permitindo que a experiência (aquilo que se sentiu) chegue à consciência, tal como se está sentido. É a percepção que constrói a verdadeira imagem de si. Para não criar neuroses dentro de si é preciso realizar uma analise objetiva isto é, verdadeira, da própria experiência. A experiência percebida é algo que já pertence à pessoa e faz parte natural dela.
  3. ACEITAR – Admitindo que se esta percebendo da própria experiência. A experiência percebida é algo que já pertence à pessoa e faz parte natural dela.
  4. COMUNICAR – Isto é, manifestar com liberdade a experiência tal como foi aceita pela pessoa, não ter medo ou vergonha de manifestar, pelos menos a algumas pessoas amigas, o que verdadeiramente se sente e se pensa diante da realidade percebida e vivida. Eis um objetivo: ser fiel na informação.
 Referência: CIGOÑA, José Ramón F. De La. Você: Para quê? Para quem? São Paulo: Loyola, 1983, pp. 25-33 .

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Apresentação feita para a disciplina de Português (Profª Elisa) sobre o poema da Jéssica, aluna do 1ºB, classificado no FESTIPOLI.